nunca mais Eu
Sim, ele acabou e ainda estou nessa existência. Eu fico pulando e falando demais desse nada, do branco e do que foi colorido. Tenho motivos que possam embarcar num fim de mundo e virar mais alguns átomos saltitantes. Talvez esse voo me largue no que ainda posso conquistar, naquilo que ainda não veio e pode ser também que leve o que pesava minha lombar. Parece simples sorrir pra todo mundo, aos animais, a essa biodiversidade e um tanto ridículo e mais complexo falar do que um dia foi intenso, profundo e maravilhoso. E esse fim entrego aos meus dias constantemente, canso de enterrar minhas mágoas, angústias e lembranças. Essa mão se tornou mais pesada, cavoucar e solidificar o que se não quer enxergar entre memórias abisma meu sono. Não mais... Nunca mais nós, não mais... Nunca mais você, não mais... Nunca mais eu... Nunca mais a mim entrego a imaturidade banal, imperdoável e ridícula! Assopro entre gritos tudo que for doce, cuidando a repugnância das fumaças, vivendo muito mais só do que confusa, vivendo muito mais esses últimos dias do que uma vida inteira junto a ti...
C. JORNADA
*nunca mais Eu
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Disse tudo!