O Anjo Mais Velho
O Teatro Mágico
Composição : Fernando Anitelli
Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar...
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Título da postagem: Te cato
Então, é apenas mais alguma escuridão que fico eu, atenta aos olhos da Lua, eu atenta aos olhos de quem ela persegue. Eu já chorei pra vida, choro hoje as lágrimas desse desencontro. Não diga, nunca diga que não é preciso, pois renuncio aos sinais estelares de que todo romantismo é preciso. O que acontece com esse organismo que começa a esvaziar tanta lágrima, será os meus vasos um terno e lindo vazamento. E será o meu sangue aquela gota que impulsiona as lágrimas a saírem no lugar dele. Eu preciso ao menos entender essa sensação de purificação dos pensamentos que visitam aos meus pesadelos nessa, mais uma, eterna madrugada. Onde estás? Cadê meu corpo que te cata e não deixa a tua boca grudar a espuma de algumas cervejas? Cadê meu corpo que fica perdida nesse caminho distante, nesse caminho que entrego apenas aromas de vinho. Cadê a minha força, cadê meu jeito forte de superar a saudade e não deixar sentir falta do meu proprio coração, esse coração que eu não tenho mais o controle, que já não sabe se é meu ou não, se está ai enxendo a cara contigo em álcool ou se nunca pertenceu ao meu corpo engarrafado? Eu digo que é preciso continuar exaurindo jatos dessa água que regurgita aos meus orifícios, aos meus olhos que escamam minha pele, aos meus dedos que escorrem e lubrificam as teclas das peças desse computador, essas gotas que assam as dobras da minha respiração ofegante e engasgada, as quais lembram nossas transas como fecho de noite após fumaças e goles dos nossos entorpecentes em noites ao botecos de um flashback. Só quero que eu voe bem longe de mim, sem catar cada soluço que já saiu, sem catar cada lágrima que já escorreu ao ralo em prantos ao banheiro, sem catar os chocolates que tanto caminhei para achar o mais doce e quem sabe o mais gostoso ou quem sabe o menos doce para você morrer devagar aos meus braços com nossos abraços saudáveis. Quero voar sem catar os meus quatro pés, sem catar meus dedos que estão presos às minhas mãos que se transformaram em pés, sem catar as unhas que roí nessas noites em que não fiz a fumaça do cigarro amarelar os seus esmaltes. Sem catar nada do bicho que virei, sem catar o meu corpo, sem catar álcool para funcionar os meus sentimentos, sem catar nada catando apenas a ti. Fico admirada como pode, meu Deus, como pode enxergar todo o amor que há em mim nos reflexos dessas gotas de lágrimas que molham a mesa da minha solidão? Como pode, meu Deus, tudo isso ser líquido? Ou tudo é apenas orvalho de amor? Ou não existe amor que resiste a escuridão interna de um organismo, por isso que é expulso desse inferno corpóreo? Que lindo, meu Deus, não adianta fazer perguntas aos seus saberes, porque meu Deus, na vida não existe nada além do amor e também nada mudará os meus choros para que eu continue diluindo essa dor... Te cato, te procuro em ti. Te procuro nos me liga que me envia, te procuro nos horários que o teu olho abre para me enviar. Te procuro na internet, nas conexões das músicas que recortei partes que fizeram a composição das frases que se tornaram filosofia da nossa confiança. Te cato nos refrões das músicas para que um dia você decore e quem sabe escute por aí lembrando não o compositor da canção, mas sim de quem a cantou olhando aos teus olhos, aos lábios descompassados do meu trocar de ritmo. Te cato nas vezes que você poderia ser mais, nas vezes que poderia me catar também quem sabe em outro mundo, porque eu te cato em todos os cantos, em todas as telas que exibem o teu rosto, os teus gostos musicais e os clipes dos teus favoritos, te cato neles e me cato também, tentando me enxergar num deles, tetando acreditar que uma música possa ser nossa, que um vídeo possa ter o nosso beijo e que, enfim a gente possa viver em utopia também. Te cato em ti. Agora que já te chamei no intervalo de um soluço e outro, agora que já te vi em gotas das lágrimas, agora que já estou quase imaginando nossa respiração ofegante em trocas de ar, agora que já te catei no outro canto de uma cidade por fios de alguns números, agora que já me avisou que está prestes a sair catar gente em mais uma noite, eu é que agora vou me catar!!!!!! Boa noite. Ahh, feliz páscoa pra você também!!!
Comentários
Senti neste post um desabafo(nao nescessariamente seu), gostei, colocar os bichos para fora as vezes e extremamente nescessario!