você que me educa



Imagino, uma noite
Mais uma
E outra e mais outra
E imagino mais uma!
Te imagino e te escrevo
Escrevo pela tua linda
Forma de pegar o lápis
Pela teu grafite distraído
Que perfaz as bordas da
Tua classe

Escrevo em mim
Pensando no que
As tuas mãos pensam
Quando pintam em tons
Cinzas a classe
Que tanto escora teus
Braços
Escrevo em mim
Tentando te descrever
Escrevendo teu nome
Várias vezes ao meu
Caderno de planejamentos

Escrevo por ti
Escrevo pela tua forma
De responder à chamada
E não te escrevo
Quando algum outro declara
Tua ausência
Me declaro impotente
Por mais que eu tente
Não dá, baby
Não dá, baby
Assim não dá!
Você sempre tem que
Ter
Porque não existe sentido
De não te ter

Escrevo ao quadro negro
Escrevo pela tua pura vergonha
De me olhar de frente
Escrevo pela tua pupila
Que me escanteia aos
Cantos da sala de aula

Espero que um dia
Eu possa fazer um poema
Escrevendo por nós:

Era a tua boca brilhando à luz
dos meus olhos que te margeavam
teus espessos lábios de esponjas
sugando meus sulcos aos teus
beijos molhados
tuas esmeraldas: verdes/azuis?
Que olhos, que cores: não sei
Que sejam uma delas, ou as duas
Desde que fechadas ao nosso
Altar labial...

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