poema se há
Se há o que fazer ausência
do que sopra o sentir
embriago-me de cabo a rabo
todos os sentidos
para não mais existir
Se há o que bater palmas;
aplaudir
reverenciando tua existência
curo-me dos é(ter), então
para te apunhalar longe
da platéia
com a cortina que fecha
o dom que possuis
Se há o que matar
das porcarias insanas do mundo
enterro-me com mãos próprias
para não mais
sujarem meu luto fúnebre
com as mãos que seguram
o cálice dos mesmos vinhos
Se há o que sorrir
de apenas ter nascido
e glorificar a origem das espécies
irei até o final, fingindo que vim de uma sp
sem contar os dias
para meu último poema.
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Um beijo do observador