delírio lustroso
largos lindos lábios de carne
longos lisos laços de cabelo
és a largura da minha dor
em não poder beijá-los
nem sequer alisar
teu rosto é lápide do lapidar
a lente luminescente do lustre
da laje do meu lugar
teu olhar é leque, abre e fecha
me segue
persegue
num e outro piscar
tua voz deve ser legenda
uma letra descompromissada de se ler
um lacre em cerrar;
vedar um lindo lírio de léu
me leva, delírio lustroso
ao céu
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