Afinal, um mesmo Umbral.


Por assim, mais um da minha invisibilidade precoce…

Se eis que não vivo agora, que vida há?
Na outra, cometimentos de irrisórios erros
Abdução do meu ser por escassos pecados

Por assim, almas iguais que fui
Numa reciprocidade egoísta
Falhei onde havia de falhar
Amei quando havia de ser amor

O clandestino perfeito me fez partir
Hoje existo onde sei que não hei de ser
Onde sei que não hei de ser eu por ti
Mas hei em hesitar: Agora, o que queres de mim?

Roubaste a sinceridade fugaz da perfeita simetria
Onde este ser não sabia, sempre havia alguém
Que por detrás que ria…

Não mais em viver? E se viver?
Quem sabe uma gota poderá ser mais que molécula?
Quem sabe um beijo poderá ser mais que um lábio?
E se forem dois lábios? Três? Quatro?
E se compreendermos que não há traição?
Talvez, uma modernidade propositalmente imposta,
Aposta?
Até que seria bem legal, total…
Todos já estamos no mesmo Umbral!


Declaro eu, nestes últimos dias
A minha inexistência pacificadora de uma dor
De que tudo que não existe também se faz sentir…
Sentir o que não há? Ahh, mas há e dá, dá, dá…
Em breves interjeições de que Há!
Será?   

Perceberás o amor, quando nele você me enxergar
Perceberás também que ainda vivo
Caso um dia tornar a me amar…

Por enquanto, continuo a não viver aqui
Porque está tudo muito bom e o dia segue calmo.
Ao fundo de um som de metal bem alvo.

Me erra! Me queima! Me traduz com o céu da tua língua
Me seduz com a ponta das tuas unhas
Me arranha com a essência da tua maldade
Deixa que gozemos de uma mesma vai-da-de tudo!
E o mundo vai acabar, os queixos cairão com sua própria gravidade!

Fazes de si o que quiseres de mim, aFinal…
Já acabaste com tudo mesmo.
Mesmo com a própria negação da palavra (A)final,
Mas acabaste.
Agora, me acaba de verdade!
Mas sejas má de maldade!!!

Quero sofrer dos mesmos excessos
Porque detrás de todo o beijo sempre há um sexo!
Assim, não mais querer ficar sem essa carne labial que me lesa.

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