meu hino da morte

assomos, assomos
a morte escura no dia de brasa
inda sois, inda sois
viva e também ânsia
tristurosa!




assomos, assomos
esse hino que sois morte
ah basta! a bosta basta,
brasa e também ânsia
afogada!

assomos, assomos
vejo o fogo em meu lápis
que se afoga em brasa
assomos, assomos
assamos tudo o que um dia fora escrito.

meus dedos escrevem sobre
as nuvens
sobre a vida que vejo por cima
das criaturas vivas, ainda
lá embaixo

assamos a minha poesia
debaixo dos meus olhos de morte
magoados
acima da minha face
que escorre água salgada
feia e de gosto azedo
a minha escrita tem medo da morte!




escalda, a calda 
da minha vida
que é líquida
que escorre tristeza
que é corre-corre
que correria da morte
o amor e a poesia
correm
correm 
correm com 
os córregos por onde
circula meu sangue
nas sarjetas 
as quais encosto
minhas costas
correndo entre as coxas
as gorjetas
de cansaço. 






Comentários

Anônimo disse…
Por que andas falando de morte?
Morte da escrita, morte do amor, morte da poeta?
Xô, Anjos! Vida longa à poeta!

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